Foi durante o Portugal oitocentista que se instaurou no país o liberalismo. Este começou a sua jornada em 1820, no Porto. Foi também no Porto que se realizou a guerra civil que colocou frente-a-frente os dois príncipes irmãos.
O Porto não pôde deixar de prestar a sua homenagem ao Rei Soldado que lutou pelo liberalismo português e deixou o coração à cidade. Na Praça da Liberdade encontra-se o “monumento que melhor evoca o liberalismo portuense”. (Germano Silva) A estátua equestre de D. Pedro IV, representa o Rei Soldado a oferecer a Carta Constitucional ao povo português.
A estátua com quase seis metros e altura foi fundida na Bélgica, sob a direcção de Verhaeren. Apesar da sua construção se ter iniciado a 9 de Julho de 1862, como comemoração do desembarque das tropas liberais, a estátua apenas foi inaugurada em 1866. A sua inauguração em 1866 foi uma verdadeira celebração, estando presentes na cidade o rei D. Fernando,D. Maria II, o filho D. Luis, herdeiro do trono português por morte do seu irmão mais velho.
Nas laterais da estátua em bronze estão representados a entrega da Bandeira dos Voluntários da Rainha a Pedro de Mello Breyner, aquando do desembarque na praia do Mindelo, em 1832, e a entrega do coração de D. Pedro à cidade do Porto, entrega feita pelo visconde de Campanhã à Câmara do Porto, em 1835.
D. Pedro ficou na memória dos portuenses como um ícone de liberdade e patriotismo. As lutas travadas na cidade durante o Cerco do Porto sensibilizaram o monarca, que demonstrou a sua empatia e gratidão para com a cidade ao visitar o Porto, logo após o fim das lutas liberais. A estadia de D. Pedro na cidade foi caracterizada por diversas cerimónias civis, religiosas e militares, algumas delas realizadas na Igreja da Lapa. Assim, por vontade de D. Pedro, oficializada no seu testamento, o seu coração foi depositado na Igreja da Lapa, em 1835. D. Pedro IV ficará para sempre associado ao liberalismo, e este foi acolhido pela cidade do Porto. Por isso, “Erguer um monumento ao Homem famoso, que duas vezes deu a liberdade ao paiz, primeiro com a penna e depois com a espada, era um dever dos portuguezes”.
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