Durante o cerco do Porto, o actual Museu Soares dos Reis foi a residência de D. Pedro. O antigo Palácio das Carrancas, ao longo da sua história hospedou personagens ilustres, nomeadamente, o general Soult, em 1809, aquando das invasões francesas, o duque de Wellington e o general Beresford.
Apesar de servir de quartel-general, a D. Pedro IV, este permaneceu aí pouco tempo, com receio que os absolutistas bombardeassem o edifício. D. Pedro mudou-se, então, para a Rua de Cedofeita, local protegido, sendo também por isso, o local onde se instalaram os serviços públicos mais importantes.
Mandado construir em 1795, para habitação e fábrica dos Moraes e Castro, família burguesa, o projecto foi atribuído a Joaquim da Costa Lima Sampaio, arquitecto portuense que participou em obras como a Feitoria Inglesa e o Hospital de Santo António.
O Museu Nacional de Soares dos Reis foi fundado em 1833, com a designação de Museu Portuense de Pinturas e Estampas, instalando-se, não no actual edifício mas, no Convento de Santo António, actual Faculdade de Belas-Artes. O Museu apenas se mudou para o Palácio das Carrancas, onde se encontra actualmente, em 1940, já com o nome de Soares dos Reis, em homenagem ao primeiro pensionista do Estado em escultura pela Academia Portuense de Belas Artes, António Soares dos Reis, autor do Desterrado.
Durante a guerra civil, o Museu destinou-se à recolha de bens confiscados aos conventos abandonados e extintos, seguindo, paralelamente, um programa cultural e pedagógico, apoiando os artistas da Academia e divulgando as obras de arte através de exposições públicas. Os programas sociais do Museu contribuíram para o enriquecimento da cultura artística do Porto oitocentista.
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